Covid causa aumento de síndrome respiratória grave no Ceará e em outros seis estados
A nova edição do boletim
semanal Infogripe, divulgado nesta segunda-feira (27) pela Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz), revela um avanço do número de casos de síndrome respiratória
aguda grave (SRAG) no país. Análises laboratoriais indicam a covid-19 como a principal
causa do crescimento das ocorrências entre adultos e idosos em sete estados:
Bahia, Ceará, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
O levantamento da Fiocruz traz
uma análise das últimas três semanas (curto prazo) e das últimas seis semanas
(longo prazo). Os pesquisadores observaram um cenário de estabilidade em curto
prazo na maior parte do país. No entanto, na tendência de longo prazo, 18
unidades federativas apresentaram sinal de crescimento de casos: Amazonas,
Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia,
Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
A SRAG é uma complicação
respiratória que demanda hospitalização e está associada muitas vezes ao
agravamento de alguma infecção viral. O paciente pode apresentar desconforto
respiratório e queda no nível de saturação de oxigênio, entre outros sintomas.
Levando em conta os dados
nacionais, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os
casos de SRAG com diagnóstico positivo para infecção viral foi de 3% para
influenza A; 3,3% para influenza B; 32,1% para Vírus Sincicial Respiratório
(VSR); e 48,6% para o coronavírus causador da covid-19. Considerando apenas as
ocorrências que resultaram em morte, 83,3% estiveram relacionadas com a
covid-19.
Os registros associados ao
coronavírus envolvem principalmente adultos e idosos. Mas o boletim também
chama atenção para o crescimento no mês passado de casos de SRAG em crianças e
adolescentes em decorrência de infecção por outros vírus. Embora alguns estados
já registrem estabilização ou queda entre os adolescentes, ainda há uma cenário
de aumento de ocorrências entre crianças pequenas sobretudo nas regiões Sudeste
e Sul do país.
Na Bahia, em Minas Gerais, no
Paraná, em Santa Catarina e, em menor escala, em São Paulo, observa-se uma alta
nos casos positivos para rinovírus na faixa etária até 11 anos. Também é
possível constatar em alguns estados o aumento de ocorrências envolvendo
crianças pequenas associadas ao VSR.
Os pesquisadores lembram que
os pais devem levar os filhos aos postos de saúde durante a campanha de
imunização contra a covid-19 iniciada no dia 27 de fevereiro e também para
receberem a vacina contra o vírus da gripe (influenza A e B), o que contribui
para a prevenção de quadros graves de dificuldade respiratória.
Ao todo, já foram registrados
no país 27.528 casos de SRAG em 2023, dos quais pelo menos 9.676 (35,1%) estão
ligados a alguma infecção viral. Outros 3.180 (11,6%) ainda estão sendo
analisados.
O boletim Infogripe leva em
conta as notificações registradas no Sivep-gripe, sistema de informação mantido
pelo Ministério de Saúde e alimentado por estados e municípios. A nova edição,
disponibilizada na íntegra no portal da Fiocruz, se baseia em dados inseridos
até o dia 13 de março.
As informações são da Agência
Brasil.