Lula deve fechar apoio de Tebet e Kassab nesta quarta-feira (5)
O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, ontem, o apoio formal do PDT e do candidato derrotado do partido no primeiro turno, Ciro Gomes. Para hoje, espera-se a chegada da emedebista Simone Tebet — com a qual o petista disse ter conversado — e de Giberto Kassab, que traria o PSD. Outro que deve explicitar, hoje, que estará com Lula no segundo turno é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O acordo entre PT e PDT saiu depois de uma conversa entre os presidentes das duas legendas, Gleisi Hoffman e Carlos Lupi, respectivamente. Em Brasília, o dirigente pedetista confirmou que o fechamento em torno de Lula obteve a unanimidade da executiva nacional.
"Duas personalidades completamente diferentes: de um lado está o Lula, que é um democrata; de outro, um aspirante a ditador, que é o Bolsonaro — que, na nossa opinião, representa o atraso do atraso do atraso deste país, malversador do dinheiro público, um homem da falsa fé cristã. Nosso trabalho para derrotar Bolsonaro tem que ser a prioridade absoluta, é uma causa nacional, uma causa da pátria, uma causa dos democratas", exortou.Em troca do apoio, Lupi deve apresentar quatro projetos da campanha de Ciro para serem avaliados e incorporados ao programa de governo de Lula: o projeto de renda mínima de R$ 1 mil; a proposta de renegociação das dívidas dos brasileiros que estão negativados no crédito; a ampliação das escolas de ensino integral; e o Código Brasileiro do Trabalho.e Lupi deixou claro que o PDT apoia Lula, mas não esqueceu as divergências do PT — disse, inclusive, que rusgas de campanha são situações normais na política —, o mesmo não se pode dizer de Ciro. Por meio de um vídeo postado nas redes sociais, ele disse que seguia as orientações da cúpula partidária e manteve as críticas ao adversário do primeiro turno — cujo nome não citou uma única vez. Mais: colocou o ex-presidente e Bolsonaro no mesmo patamar político, além de dizer que o Estado de Direito não corre riscos.
Lamento que a trilha democrática tenha se afunilado a tal ponto que reste aos brasileiros duas opções, ao meu ver, insatisfatórias", afirmou. "Não acredito que a democracia brasileira esteja em risco nesse embate eleitoral, mas, sim, no seu absoluto fracasso da nossa democracia em construir uma ambiente de oportunidades. Adianto que não pleiteio e nem aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo. Quero estar livre, ao lado da sociedade. E, em especial, da juventude, lutando por transformações profundas como as que propusemos em nossa campanha", acrescentou
Mesmo com o apoio formal, analistas apontam como pouco provável que Ciro marque presença nos palanques petistas, sobretudo porque o pronunciamento não dá nenhuma indicação nesse sentido — o respaldo envergonhado, aliás, gerou uma onda de críticas de internautas. Já Lupi, quando questionado sobre a participação em eventos do petista, afirmou que estará presente sempre que o PDT for convidado.
CorreioBraziliense