Lula diz que PT não precisa ser 'cabeça de chapa', mas faltam bons candidatos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira, 15, que o partido pode abrir mão de ser cabeça de chapa nas próximas eleições presidenciais, desde que se apresente uma candidatura com "mais fôlego que o PT". O ex-presidente defendeu que haja uma aliança política, mas disse que ninguém pode vetar ninguém. "Quem tem que ter cabeça de chapa é quem tem maior possibilidade de ganhar as eleições", afirmou.

Em entrevista à rádio O Povo CBN, Lula evitou colocar-se como candidato, mas afirmou estar à disposição para "brigar e tentar consertar o Brasil". O petista também negou que seu discurso de "nós e eles" tenha sido responsável pelo início da radicalização nas disputas políticas do País. O argumento usado por Lula foi o de que após ser derrotado em três eleições (1989, 1994 e 1998) não houve radicalismo.

"Em nenhum momento em que eu perdi as eleições houve radicalidade. Onde é que houve radicalidade? Quando Aécio (Neves) perdeu. Quem radicalizou foram aqueles que se passavam por cordeiros. Aí radicalizaram, tentaram impedir a posse da Dilma. Entraram com recurso. Você viu alguma vez eu entrar com recurso contra o Collor de Mello, contra o Fernando Henrique Cardoso? Nunca. Eu perdia as eleições e fazia como o velho Brizola. Aliás, o Ciro poderia aprender com essa frase do Brizola. Cada vez que o Brizola perdia ele dizia: 'Eu vou me recolher e lamber as minhas feridas'", disse.

Momentos antes, Lula disse ter carinho e respeito pelo ex-governador Ciro Gomes (PDT-CE). Porém, na avaliação de Lula, o pedetista está fazendo uma inflexão política equivocada nas críticas à esquerda.
Sobre a constante cobrança de que o PT faça sua autocrítica, Lula afirmou que "não pode ser sua própria oposição". "Se eu ficar fazendo a autocrítica que as pessoas querem que eu faça, não haverá tempo para que a oposição possa me criticar. Eu não posso querer ser a minha própria oposição", afirmou o petista.
Fonte: Correio Braziliense




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