PF faz buscas em casa de Bolsonaro e prende ex-ajudante, tenente Mauro Cid
Com 16 mandados de busca e
apreensão e seis mandados de prisão preventiva cumpridos em Brasília e no Rio
de Janeiro, a Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira
(3/5), a Operação Venire. Segundo a corporação, o objetivo é "esclarecer
atuação de associação criminosa constituída para a prática dos crimes de
inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas SI-PNI e
RNDS do Ministério da Saúde".
Segundo
informações do portal G1, a PF faz buscas em um endereço do ex-presidente Jair
Bolsonaro, na capital federal; além de ter prendido o ex-ajudante de ordens do
ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa. Bolsonaro deve prestar
depoimento ainda hoje.
O aparelho
celular de Jair e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foram apreendidos,
conforme informou o jornal O Globo, mas o ex-presidente ainda não forneceu a
senha. Já Michelle, inicialmente, também não passou a senha, mas depois
autorizou acesso ao seu aparelho.
De acordo com
a PF, "as inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e
dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato
juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19
dos beneficiários. Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos
certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias
vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a
impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de
covid-19".
A apuração
da PF indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário
em relação a pautas ideológicas para sustentar o discurso voltado a atacar à
vacinação contra a covid-19.
As ações
fazem parte do inquérito policial que apura a atuação de “milícias digitais”,
em tramitação no Supremo Tribunal Federal. Os fatos investigados podem
configurar crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação
criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de
menores.
Nome da operação da PF
A Operação Venire recebeu esse nome devido ao princípio “Venire contra factum proprium”, que significa "vir contra seus próprios atos", "ninguém pode comportar-se contra seus próprios atos". É um princípio base do Direito Civil e do Direito Internacional, que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa.
Correio brasiliense